A Polícia Federal busca identificar quantas vezes o grupo de supostos hackers preso na última terça-feira (23) se passou por autoridades no aplicativo de mensagens Telegram.
Os investigadores querem descobrir quais dos integrantes do Executivo, Legislativo e Judiciário tiveram conversas conduzidas pelos invasores dos telefones celulares.
De acordo com informações iniciais da investigação, os ataques dos hackers aos celulares começaram em fevereiro deste ano, o que descartaria a possibilidade de eles terem se passado pelos alvos nas trocas de mensagens anteriores a esse período.
Até agora, a PF já contabiliza pelo menos quatro casos em que o autor ou os autores das invasões deram início ou continuaram diálogos, fingindo ser o dono do telefone.
A polícia apura se o telefone do presidente Jair Bolsonaro, alvo dos hackers, sofreu esse tipo de ação por parte deles. Investigadores dizem que isso ocorreu, por exemplo, com o ministro Sergio Moro (Justiça).
Mais de mil pessoas podem estar na lista de alvos dos hackers, segundo a polícia. Apenas o aplicativo Telegram foi atingido.
O plano é primeiro descobrir quais invasões tiveram de fato sucesso, ou seja, quantas contas o grupo conseguiu de fato se infiltrar.
De acordo com pessoas envolvidas na investigação, há um padrão que caracteriza sucesso e fracasso, o que ajuda no trabalho em andamento.
A expectativa é que vítimas dos grampos sejam chamadas para prestar depoimentos à PF. Um laudo está sendo finalizado com as informações e deve ser entregue entre esta sexta (26) e o início da semana que vem.
Fonte: Folha de SP